AUTISMO: Nutrição e Alimentação

AUTISMO: Nutrição e Alimentação

Autismo, o que é?

Autismo é conhecido como TEA (Transtorno do Espectro Autista), está incluso na categoria de TID (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento), sendo caracterizado desde quadros mais leves, como a Síndrome de Asperger (nesta não há comprometimento na fala e na inteligência) até formas mais graves que o indivíduo possui comportamento agressivo, incapacidade de manter qualquer tipo de contato interpessoal e retardo mental.

Quais são as características neurocomportamentais que o Autismo pode ocasionar?

  • Agitação mental
  • Autoagressão
  • Hiperatividade
  • Irritabilidade
  • Agressividade
  • Impulsividade
  • Compulsividade
  • Crises de choro
  • Comportamentos estereotipados
  • Agitação física
  • Ansiedade
  • Repetência escolar apesar de QI Normal à Alto

Como a Nutrição pode ajudar no TEA?

A Intervenção Nutricional e a mudança na rotina alimentar tem sido peça fundamental na melhora e amenização dos sintomas e comportamentos autísticos.

Indivíduos com autismo possuem uma rotina alimentar peculiar: se alimentam de alimentos e produtos alimentícios monocromáticos que em sua composição contenham açúcar, farinha de trigo (glúten), leite (caseína) e aditivos químicos (corantes artificiais).

Um bom exemplo que muitos pais e cuidadores vão identificar são: Macarrão instantâneo, Gelatina, Bala de goma,
Leite com achocolatado, Bolachas recheadas, Iogurtes e Petit suisse.

Estes alimentos e produtos alimentícios possuem em sua composição substâncias alergênicas ou neurotóxicas (compostos opióides) ao eixo cérebro-intestino, ocasionando uma série de neuroinflamação ou neurotoxicidade.

Estas duas proteínas caseína e o glúten possuem em sua composição 7 aminoácidos que as enzimas humanas não digerem gerando substâncias chamadas de Morfina-like denominadas caseomorfina e gluteomorfina (compostos opióides).

Como estes compostos opioides não são digeridos no intestino atravessam a barreira hematoencefálica, ocupando receptores neuronais biológicos naturais sobrecarregam o sistema nervoso central modificando o comportamento e desencadeando num primeiro momento euforia, tranquilidade e bem estar e, num segundo momento gerando birras, descontrole, agressividade, cansaço mental e físico, letargia e embotamento, causando um “ciclo vicioso” (Quanto mais se come, mais se quer comer).

Como quebrar este “ciclo vicioso”?

Com o auxílio de um nutricionista serão traçadas as estratégias e as orientações nutricionais de acordo com o que foi relatado em consulta. Costumo dizer que é um trabalho delicado e minucioso.

Pois, a adesão ao tratamento não depende só do indivíduo, mas da família e cuidadores para que o novo hábito alimentar seja inserido e passe a ser rotina na vida da família.

A exclusão não é feita de uma vez, acontece em etapas e depois de algum tempo se faz a reintrodução de alguns alimentos e produtos alimentícios para verificar que tais alimentos são desencadeadores das reações, sintomas e comportamentos autísticos.

Qual é a dieta utilizada?

É a dieta SGSC (Sem Glúten e Sem Caseína) que exclui os alimentos que contenham em sua formulação glúten e caseína, respectivamente as farinhas de trigo branca e integral, aveia, leite de vaca e seus derivados, sendo substituídos pelas farinhas: de araruta, de arroz, trigo sarraceno, leite vegetal e seus derivados.

Vale ressaltar que esta terapia dietética não curará o TEA. Este tipo de dieta auxiliará na amenização e melhora dos sintomas autísticos.

Finalizo este artigo com a frase da Nutricionista Clínica Funcional Dra. Denise Madi Carreiro “A alimentação saudável não é acessória é determinante. A alimentação passou de natural para artificial, as pessoas pararam de cozinhar para comer comida pronta (produtos alimentícios). Se alimentando cada vez mais, mas se nutrindo cada vez menos”.