Introdução Alimentar: nutrindo nossos pequenos!
Desde os primeiros momentos da vida, a alimentação está relacionada com emoções, simbolismos e influências da sociedade, economia e da cultura de cada região. Comer bem não é sinônimo de comer muito ou pouco, comer bem é ter uma alimentação variada, colorida, saudável e com alimentos de verdade. Um Introdução Alimentar adequada faz toda a diferença!
Primeiro ano de vida
A alimentação durante o primeiro ano de vida tem grande importância em razão do crescimento e do desenvolvimento acelerados que aumentam as necessidades nutricionais nessa fase.
Em geral, observamos que o bebê durante o seu primeiro ano de vida triplica de peso e cresce cerca de metade da sua estatura de nascimento.
A Introdução Alimentar respeitosa
Para se fazer uma Introdução Alimentar adequada e respeitosa, precisa dos seguintes itens:
- Atender às necessidades energéticas e qualitativas
- Nutrientes adequados
- Adequação em relação aos intervalos, horários e números de refeições
- Isenção de germes, parasitas e microrganismos contaminantes
- Respeitar a capacidade gástrica da criança
- Os alimentos são introduzidos de modo progressivo
- Apresentar consistência adequada
Alimentação Complementar
Para a introdução da alimentação complementar, deve-se considerar a maturidade fisiológica, bem como o desenvolvimento motor global e sensório-motor oral da criança, a fim de que possibilitem a mastigação, deglutição, a digestão e a excreção adequadas, habilitando a receber outros alimentos além do leite materno e/ou fórmula infantil.
A maioria das crianças atinge esse estágio de desenvolvimento por volta de seis meses de idade, quando o leite materno exclusivo e/ou fórmula infantil não suprem sozinhos todas as necessidades nutricionais da criança.
Momento ideal
Mas antes de começar a oferecer os alimentos ao bebê é necessário avaliar os sinais de prontidão.
Quais são os Sinais de Prontidão?
- Sentar com o mínimo de apoio
- Apresentar interesse pelos alimentos dos adultos no momento das refeições
- Levar brinquedos e objetos à boca
- Sinal de profusão da língua diminuído
- Ter o controle total da cervical (cabeça firme)
Esses sinais são avaliados pelo Pediatra e Nutricionista Materno Infantil, não devendo oferecer os alimentos antes que todos esses sinais estejam presentes.
O momento ideal, evita riscos!
Introdução Alimentar PRECOCE
Além do mais, a introdução precoce da alimentação aumenta a morbimortalidade, diminui a duração do Aleitamento Materno, interfere na absorção de nutrientes e pode predispor a reações alérgicas, ao aumento da carga de soluto renal e problemas futuros, como hipertensão arterial, diabete, doença cardiovascular e obesidade.
Introdução Alimentar TARDIA
Já a introdução alimentar tardia está associada ao déficit de crescimento e ao risco de deficiência de micronutrientes, principalmente ferro, zinco e vitamina A, energia e proteínas.
Higiene e proteção da saúde!
Como evitar contaminações por microrganismos e proteger a saúde do bebê nessa fase?
É muito simples, devemos realizar o processo de higienização correta dos alimentos que compramos in natura. Para isso é necessário lavar bem todos os alimentos em água corrente e em seguida deixar de molho por 15 minutos em água com hipoclorito de sódio ou como conhecemos popularmente água sanitária.
A proporção de água e produto está no rótulo do fabricante. Em seguida, enxágue bem em água corrente, retire o excesso de água e armazene em local limpo ou no refrigerador.
Lembre-se este é um processo muito importante, visto que estamos vivendo em uma pandemia.
Alimentos adequados
Ofereça apenas alimentos de verdade, como frutas, legumes, verduras, tubérculos e carnes em geral.
Quais alimentos NÃO devem ser oferecidos antes do primeiro ano de vida?
NÃO são recomendados os alimentos industrializados, como refrigerantes, sucos artificiais (em pó, caixinha, garrafinha), chocolates, café, chás contendo cafeína, embutidos, enlatados, água de coco, pipoca, mel e açúcar em geral, incluindo bolachas, biscoitos, bolos e pães com açúcar, além do sal refinado, sucos naturais e leite de vaca e derivados.
Dez passos para Alimentação Saudável
O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria estabeleceram, para crianças menores de 2 anos, normas para a alimentação infantil, denominadas de “Dez passos para a alimentação saudável”.
Passo 1: Dar exclusivamente leite materno até os seis meses de idade, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.
Passo 2: Ao completar seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até dois anos de idade ou mais.
Passo 3: Ao completar seis meses, oferecer alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, verduras e legumes) 3 vezes/dia, se a criança estiver em aleitamento materno.
Passo 4: A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares, e de forma a respeitar a apetite da criança.
Passo 5: A alimentação complementar deve ser espessa desde o inicio e oferecida em colher (vai depender do desenvolvimento da criança e interesse dos pais em outras abordagens), começar com consistência pastosa (amassada) e gradativamente, aumentar a consistência até chegar na mesma consistência da família com 1 ano de idade.
Passo 6: Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada e colorida.
Passo 7: Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
Passo 8: Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação a partir de 1 ano.
Passo 9: Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos e garantir armazenamento e conservação adequados.
Passo 10: Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando sua aceitação.
Informação e profissionais atualizados
O conhecimento correto e atualizado sobre alimentação é essencial para avaliação e orientação adequadas sobre a nutrição da criança. Busque por profissionais especializados e atualizados.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos. 2019.<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf>
WEFFORT, Virginia Resende da Silva; LAMOUNIER, José Alves. Nutrição em Pediatria: da neonatologia à adolescência. 2. ed. São Paulo, 2019.